Assaí (ASAI3) prova resiliência para o mercado e analistas reiteram otimismo após resultados; ações sobem forte

1 year ago 103

Eficiência nas despesas operacionais levando a uma mínima pressão das margens. Apesar da queda do lucro de 51% no segundo trimestre de 2023 (2T23), analistas de mercado destacaram como positivos os resultados da companhia de redes de atacarejo Assaí (ASAI3), o que impulsiona os papéis na sessão desta quinta-feira (27). Às 10h45 (horário de Brasília) desta quinta-feira (27), as ações subiam 5,05%, a R$ 13,52, entre as maiores altas do Ibovespa no dia; no acumulado do ano, cabe ressaltar, os papéis ainda caem cerca de 30%.

Conforme aponta o Bradesco BBI, a mínima pressão na margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações em relação à receita) do Assaí em meio à maior expansão da área de vendas desde seu IPO em 2021 provou que a empresa tem um modelo de negócios resiliente e operações consistente.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,113 bilhão, alta anual de 13,8%. Isso levou a uma queda da margem Ebitda ajustada de 0,4 p.p. (ponto percentual), para 7%.

Assim, a desaceleração nas vendas foi explicada pela menor inflação de alimentos, enquanto a margem Ebitda continua impactada pelas lojas em maturação, mas ainda bastante resiliente.

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Olhando para frente, aponta ainda, a maturação das lojas deve sustentar os R$ 1,6 bilhão de pagamentos “extras” às lojas do Extra.

“As tendências operacionais do 2T23 eram amplamente esperadas pelo Bradesco BBI e pelas estimativas de consenso: SSS (vendas de mesmas lojas) negativo de 1,7% levou a uma desaceleração da receita para um crescimento de 20,3%, de 30,3% no 1T23, enquanto o lucro líquido caiu 51,1% para R$ 156 milhões, impactado por maior despesas financeiras”, avalia.

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A XP destacou que o Ebitda ficou 7% acima do que esperava, apontando ser interessante notar que (i) a performance das lojas convertidas estão evoluindo conforme o esperado, tanto em vendas como em margem Ebitda (em 6%); (ii) a companhia divulgou a margem Ebitda considerando o custo de aluguéis (ex. IFRS) de 5,1%, também caindo -0,4 p.p. na base anual; e (iii) o plano de expansão está evoluindo, com 20 lojas em obras.Como destacado acima, as vendas mesmas lojas vieram negativas em 1,7%, mas melhorando durante o trimestre e atingindo o terreno positivo em junho além de ser acima do Atacadão (-4,3%) pelo terceiro trimestre consecutivo.

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“Olhando para rentabilidade, a margem bruta ficou relativamente estável em 16% (-0,1p.p. A/A), vs. o Atacadão em 14,9% (+0,8 p.p.), enquanto a margem Ebitda ajustada foi uma surpresa positiva em 7% (+0,5 p.p. acima da projeção da XP) por conta de um forte controle de despesas gerais e administrativas (-8% na base anual). Isso se compara à margem do Atacadão em 5,7%, queda de 1 p.p. na comparação anual.

Já a geração de caixa foi positiva em R$ 1,8 bilhão principalmente puxada por uma melhor dinâmica de capital de giro na linha de fornecedores, enquanto a alavancagem reduziu.

O endividamento medido pela relação dívida líquida/Ebitda caiu para 1,83 vez, impulsionada por uma melhor dinâmica de capital de giro, notadamente em fornecedores até 62 dias.

O Itaú BBA também ressaltou que a margem Ebitda ficou acima do esperado pela casa, em 0,3 ponto porcentual, apesar das despesas relacionadas à expansão. Isso, combinado com juros capitalizados mais altos nas lojas convertidas, resultou em um lucro líquido 20% acima dos seus números.

“A empresa também registrou melhorias no capital de giro no trimestre, resultando em uma geração de caixa decente de R$ 1,1 bilhão no período (ou R$ 400 milhões, considerando o pagamento de R$ 700 milhões relacionados à aquisição das lojas Extra). No geral, apesar das tendências de receita mais fracas, os resultados foram decentes”, com os analistas já esperando uma reação positiva das ações no pregão.

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Analistas recomendam compra para a ação

Com a ação negociada a 12 vezes o lucro por ação de 2024, o BBA manteve recomendação de “compra” para ASAI3, com preço-alvo de R$ 16 ao fim de 2023 (potencial de valorização, ou upside, de 24% frente o fechamento da véspera). O Bradesco BBI também tem a mesma recomendação, com “target” de R$ 19 para o mesmo período (upside de 48%).

A Eleven também reiterou compra para o ativo com preço-alvo de R$ 19. “Ainda que com um momento mais desafiador no curto prazo, com a desaceleração na inflação de alimentos impactando as receitas e a maior pressão no resultado financeiro, vemos a companhia entregando resultados resilientes,
com aumento de rentabilidade das lojas convertidas, o que aliados a um valuation atrativo e um sólido histórico de execução nos leva a reiterar nossa recomendação de compra”, aponta a casa de análise.

A Genial, que possui preço-alvo de R$ 17 para os papéis (upside de 32%), também vê a ação como “barata demais para ser ignorada”, reiterando o papel como top pick do setor.

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