Bitcoin? Banco Central estuda operar com 'nova classe de ativos' para reservas internacionais do Brasil

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O presidente do Banco Central do Brasil disse que estuda integrar uma 'nova classe de ativos' as reservas do país.

Bitcoin? Banco Central estuda operar com 'nova classe de ativos' para reservas internacionais do Brasil

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse durante uma entrevista a Black Rock Brasil, que estuda incorporar novos tipos de investimento com as reservas internacionais do Brasil. Segundo Campos Neto, a proposta é integrar uma 'nova classe de ativos' as reservas do país.

Embora Campos Neto não tenha especificado o que vem a ser 'nova classe de ativos', constantemente o presidente do BC usa o termo para se referir ao mercado de ativos digitais (criptomoedas e tokenização).

"Reservas não é um instrumento para se obter lucro, mas para preservar captal. Então procuramos ter o melhor retorno possível com a melhor governança possível. A gente pensou em operar com gestão terceirizada em uma nova classe ativos que a gente não opera ainda", destacou Campos Neto.

Ele reforçou que para esta 'nova classe de ativos' que o BC estuda incorporar nas reservas internacionais do Brasil pode ser feita com gestão terceirizada até que o BC 'aprenda' a operar com estes ativos.

"O processo é, geralmente assim: você tem um ativo novo, do qual você não conhece, então você começa a fazer uma gestão terceirizada até que você aprende e se a gente entende que tem capacidade de fazer aquela gestão direta a gente passa aquele ativo para gestão direta. Sempre tentando aprender o máximo sobre o maior numero de ativos, sempre com foco nos principios de preservação de capital, governança e sustentabilidade", destacou.

Em resposta ao Cointelegraph, sobre a possível alocação de parte das reservas internacionais do BC em ativos digitais, como Bitcoin, o regulador respondeu que não "comenta expectativas de alocações nos investimentos das reservas internacionais".

O Banco Central destacou também que o uso de gestores externos por bancos centrais é prática consagrada e bastante usual.

Em levantamento de 2021 do Banco Mundial, por exemplo, cerca de 72% dos bancos centrais consultados tinham recursos administrados por gestores externos. Dentre os principais motivos para a busca de um gerente externo, destacam-se diversificação e a transferência de tecnologia.

"O programa de gerenciamento externo das reservas internacionais teve o seu início no início dos anos 2000, e o último ciclo foi de 2012 a 2017. Mais detalhadamente, tivemos dois ciclos concluídos do programa de gerenciamento externo. O primeiro foi entre 2000 e 2010, com seis gerentes e mandatos de US$ 200 milhões para cada.  O segundo foi entre 2012 e 2017, com cinco gerentes e mandatos de US$ 1,2 bilhão para cada. Não temos desde 2017 recursos administrados por gerentes externos", destacou.

Gráfico do Banco Central exibe administração das reservas internacionais do paísO gráfico a seguir destaca o efetivo percentual de reservas internacionais administradas por terceiros a cada ano. Fonte: Banco Central

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