Drex: Campos Neto diz que DLT não foi criada para o sigilo e aponta lentidão nos protocolos de privacidade

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Em live promovida pelo portal jurídico Jota, presidente do Banco Central previu desaceleração econômica em 2024.

 Campos Neto diz que DLT não foi criada para o sigilo e aponta lentidão nos protocolos de privacidade

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou na última terça-feira (6) que a utilização de protocolos de privacidade na rede do Drex, a versão brasileira de moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês) representa um desafio para a autoridade monetária porque a tecnologia de registro distribuído (DLT, na sigla em inglês) foi crida para ter os dados das transações abertos aos participantes.

Durante uma live promovida pelo portal jurídico Jota no YouTube, patrocinada pela Amazon e o Itaú, Campos Neto acrescentou que as tecnologias atuais voltadas à privacidade, necessária nas transações do Drex por causa da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), causam lentidão à rede. Ele ainda previu desaceleração econômica em 2024, declarou que o Pix automatizado não tem objetivo de substituir o cartão de crédito e exaltou o Open Finance.

Sobre o Drex, o presidente do BC salientou que a CBDC possui três dimensões, a melhoria da eficiência dos bancos, o pagamento criptografado, caso das transações de compra e venda de veículos usados, por exemplo, e a melhoria no registro de contratos, por exemplo em transações envolvendo imóveis.

“Tem um problema ainda que a gente tá tentando aprimorar, que toda plataforma DLT tem uma deficiência porque ela foi leita para ter transparência total pra todo mundo. Como é que você tem uma plataforma feita pra ter transparência total e mantém privacidade durante as negociações? Hoje os métodos que existem pra fazer com que a plataforma tenha mais privacidade, fazem também com que ela fique mais lenta”, declarou.

Ele ainda salientou a CBDC dizendo que “aqui o que temos é sair do conceito de contas e ir para um conceito token, de tokenização, que a gente entende que é o futuro dos meios de pagamento.”

Durante a entrevista à analista de política do Jota, Bárbara Baião, Campos Neto acrescentou que o Pix automatizado não tem como objetivo substituir o cartão de crédito. 

“O que a gente percebe é que os próprios bancos passam a ter interesse em ter cada vez mais a possibilidade”, ressaltou.

Sobre essa questão, ele ressaltou que “não se trata de fazer qualquer tipo de medida contra o consumo” e acrescentou que “a gente nunca disse que faria nada que atrapalhasse o consumo, ao contrário. Nossa preocupação é olhar para frente e pensar se esse sistema é o melhor sistema para amanhã.”

Roberto Campos Neto qualificou 2023 como “um bom ano” ao elencar surpresas positivas no mercado de empregos, inflação e na atuação do Congresso, em projetos como o arcabouço fiscal e a reforma tributária, em curso. Porém, na avaliação dele, 2024 será de desaceleração econômica global por causa da manutenção da alta dos juros em grande parte do mundo.

“Os países de forma geral se endividaram muito na pandemia, então temos um desafio fiscal global que vai fazer com que 2024 tenha um foco muito importante no tema da liquidez, porque se grandes países têm muito mais dívidas com muito mais juros, vai ser preciso consumir muito mais recursos”, completou.

Lentidão à parte, esta semana o Santander anunciou que conseguiu realizar com sucesso uma transação do Drex utilizando um protocolo de privacidade, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.  

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