Estúdios de jogos integram silenciosamente blockchain sem 'buzzwords'

5 months ago 91

A Cointelegraph esteve presente na segunda edição do Madeira Blockchain 2023, realizada entre 30 de novembro e 1º de dezembro. O evento explorou os desenvolvimentos regionais da Web3, bem como a forma como as ilhas portuguesas estão buscando startups e talentos tecnológicos para crescer sua economia na era digital.

Durante uma mesa redonda na conferência, estúdios de jogos que trabalham com recursos de blockchain discutiram os desafios associados à integração da tecnologia em jogos, incluindo a aceitação por parte de desenvolvedores, jogadores e publicadores.

A Redcatpig é um estúdio de desenvolvimento de jogos Web3, mas a empresa encontrou obstáculos na integração da tecnologia em seu pipeline. “Um dos maiores desafios que enfrentei foi comunicar com minha equipe interna para ajudá-los a entender que essa tecnologia [blockchain] pode beneficiar muito os jogadores e aprimorar os jogos”, observou Marco Bettencourt, CEO da empresa.

Desenvolvedores na Redcatpig têm colaborado em soluções de jogos blockchain. O primeiro jogo da empresa baseado em blockchain, HoverShock, será lançado em 2024 e apresentará skins e drones baseados em tokens não-fungíveis que podem ser negociados em um mercado dentro do jogo e comprados com fiat ou criptomoedas.

Apesar do extenso trabalho do estúdio na integração de blockchain, ele evitou palavras da moda associadas à tecnologia. “Todos nós sabemos que há nova tecnologia. Todos nós sabemos sobre NFTs e tecnologia proprietária. E você não venderá jogos usando as palavras da moda. [...] Os jogadores não precisam saber que é Web3 ou blockchain. A única coisa que eles precisam saber é que se comprarem uma skin, eles a possuem, e podem vendê-la amanhã se quiserem”, acrescentou Bettencourt.

Mesa redonda de jogos na Madeira Blockchain 2023. Fonte: Ana Paula Pereira/Cointelegraph

Outra empresa que enfrentou reações negativas pela integração de blockchain em seu desenvolvimento é a VEU. Fundada em Los Angeles, a empresa é especializada em soluções alimentadas por IA para navegar em mundos virtuais, mas sua comunidade não apoiou a introdução da tecnologia blockchain.

“Os jogadores nem precisam saber o que fazemos; eles só precisam perceber o produto. [...] Não preciso saber sobre uma tecnologia para usá-la. [...] Então eu acho que é isso, essa é a mudança que a indústria precisa enfrentar. Assim como antes, outros tipos de tecnologias não eram aceitas até as pessoas pararem de falar sobre elas”, disse Nuno Rivotti, diretor de produtos da VEU.

Apesar das reações negativas, os desenvolvedores de jogos não desaceleraram na integração de blockchain. Em Portugal, a tecnologia se tornou uma das inovações mais importantes incorporadas aos pipelines de produtos de jogos e estratégias de investimento do governo através do eGames Lab, um consórcio de 22 entidades públicas e privadas que visa apoiar a indústria de videogames do país na internacionalização.

“Como parte do Plano de Recuperação e Resiliência, há uma agenda específica para blockchain, incorporando componentes de treinamento, além de pesquisa e desenvolvimento, produção de software e marketing”, disse Pedro Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Monitoramento do Plano de Recuperação e Resiliência em Portugal, ao Cointelegraph.

VEJA MAIS:

Read Entire Article