Fed enxerga juros mais altos por “algum tempo” pela frente

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Internacional
Fed enxerga juros mais altos por “algum tempo” pela frenteJerome Powell, presidente do Federal Reserve. Foto: YouTube

O Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, espera que os juros permaneçam altos por “algum tempo” até que um maior progresso no combate à inflação seja conquistado. Nesta quarta (4), a autoridade monetária divulgou a ata da reunião de dezembro.

“Os participantes observaram que uma postura política restritiva precisaria ser mantida até que os dados recebidos forneçam confiança de que a inflação está em uma trajetória descendente sustentada para 2%, o que provavelmente levaria algum tempo”, destacou o Fed no resumo da reunião.

Na ata do encontro do mês passado, os integrantes do Fed ressaltaram a importância de manter a política restritiva enquanto a inflação seguir “inaceitavelmente alta”.

No mês passado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed aumentou em 0,50 ponto percentual a sua taxa de juros, para a faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano. Na ocasião, a decisão foi unânime e estava em linha com as expectativas do mercado financeiro.

O documento divulgado nesta quarta também ressaltou que, tendo em vista a inflação persistente e “inaceitavelmente alta”, os participantes argumentaram que a “experiência histórica adverte contra o afrouxamento prematuro da política monetária“.

Fed em sinuca de bico

Jerome Powell, presidente do Fed, indicou que embora tenha sido registrado um progresso na batalha contra a inflação, apenas sinais hesitantes foram detectados. Ele espera que as taxas se mantenham em níveis mais altos mesmo após a conclusão dos aumentos dos juros.

As autoridades estão com dúvidas sobre qualquer afrouxamento da política monetária neste ano. Segundo a ata, as autoridades lutam com os riscos duplos dessa política.

O primeiro é de que o Fed não mantenha as taxas altas pelo tempo suficiente, o que pode fazer com que a inflação apodreça, como ocorreu na década de 1970. O segundo risco é de que, caso a política restritiva siga por muito tempo, a economia seja desacelerada demais.

Os economistas ouvidos pela CNBC preveem que os EUA entrem em recessão nos próximos meses, por causa do aperto do Fed e dos impactos da inflação na economia — a taxa está próxima dos índices máximos dos últimos 40 anos.

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