Se fosse preciso apontar uma palavra para definir o ano de 2022, provavelmente a escolha de muitos investidores seria volatilidade. E mesmo em um ano de altos e baixos, os fundos imobiliários de “papel” foram os que mais se destacaram no Ifix, índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3.
A liderança dos ganhos ficou para o fundo Ourinvest JPP (OUJP11), que avançou 26,08% nos últimos 12 meses. Outros fundos de papel também renderam bons frutos, como o Riza Akin (RZAK11) e o Valora CRI (VGIR11), com retornos de 23,69% e de 16,23%, respectivamente.
O desempenho dos FIIs em 2022 – inclusive do destaque RZAK11 – ficou aquém do observado em 2021, quando as altas chegaram a 40%.
Os FIIs de “papel” costumam comprar títulos como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), espécie de pacote de receitas futuras das empresas do setor imobiliário – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos, por exemplo – vendido aos investidores. Em geral, o papel embute um rendimento prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou o IPCA.
Por essa característica, a rentabilidade dos FIIs de “papel” acompanhou a elevação dos preços e dos juros no País nos últimos anos, e os fundos chegaram a ostentar valorização de quase 30% em 12 meses. Com a chegada da deflação, o cenário mudou.
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Assim como os rendimentos dos CRIs comprados pelos FIIs de “papel” são reajustados para cima quando o indicador aponta avanço nos preços, também são revisados para baixo quando o contrário acontece. Foi o que ocorreu no segundo trimestre de 2022, machucando bastante os dividendos de algumas carteiras.
Diferentemente de boa parte dos fundos de “papel”, o Ourinvest JPP (OUJP11) – fundo mais rentável do ano – conseguiu driblar o período de deflação e manteve um patamar razoável no volume de dividendos, como sinaliza a página do fundo no InfoMoney:
![](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2023/01/fii.jpg?quality=70&w=967&resize=967%2C757&strip=all)
Além de fundos de papel, FIIs do setor de shoppings e híbridos tiveram um bom desempenho no acumulado do ano. Confira as maiores altas de 2022 na tabela abaixo:
FIIs com maiores altas em 2022 | ||
Nome do fundo | Código | Retorno em 2022 (%) |
Ouroinvest JPP | (OUJP11) | 26,08 |
Riza Akin | (RZAK11) | 23,69 |
Malls Brasil Plural | (MALL11) | 17,22 |
TG Ativo Real | (TGAR11) | 17,1 |
Valora CRI | (VGIR11) | 16,23 |
Fonte: TC/Economatica
Por outro lado, fundos híbridos e de lajes comerciais registraram perdas fortes no ano passado, que chegaram até 48% no caso do XP Properties (XPPR11). O FII foi o que mais desvalorizou no ano passado entre os incluídos no Ifix. Confira as maiores quedas de 2022 na tabela abaixo:
FIIs com maiores quedas em 2022 | ||
Nome do fundo | Código | Retorno em 2022 (%) |
XP Properties | (XPPR11) | -47,74 |
Rbr Properties | (RBRP11) | -29,26 |
Hospital Nossa Senhora de Lourdes | (NSLU11) | -25,25 |
Rec Renda Imobiliaria | (RECT11) | -19,07 |
Tordesilhas FII | (TORD11) | -14,98 |
Fonte: TC/Economatica
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Ifix hoje
Na primeira sessão do ano, o Ifix registrava queda de 0,25%, aos 2.860 pontos, por volta das 10h50 desta segunda-feira (2). Não há previsão de pagamento de dividendos por fundos imobiliários hoje.
Maiores altas desta segunda-feira (2):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
XPPR11 | XP PROP CI | Lajes comerciais | 2,16 |
KFOF11 | KINEA FII | FoF | 1,87 |
TRXF11 | TRX Real Estate | Híbrido | 1,86 |
KNRI11 | Kinea Renda Imobiliaria | Híbrido | 1,51 |
HSAF11 | Hsi Ativos | Recebíveis | 1,45 |
Maiores baixas desta segunda-feira (2):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
RBRP11 | RBR Properties | Híbrido | -4,9 |
SDIL11 | SDI Rio Bravo Renda Logística | Logísticos | -3,94 |
RZTR11 | Riza Terrax | Agronegócio | -3,72 |
RCRB11 | Rio Bravo Renda Corporativa | Lajes comerciais | -3,21 |
VIUR11 | Vinci Imoveis Urbanos | Híbrido | -3,06 |
Carteira do Ifix que vigora entre janeiro e abril é divulgada; veja os FIIs que entram na lista
A nova composição do Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – mostra que o indicador será formado por 111 FIIs a partir de janeiro e seguirá a mesma até abril de 2023.
A composição é ligeiramente diferente da apresentada na primeira prévia do Ifix, divulgada no início de dezembro. Entraram oito fundos imobiliários, enquanto quatro saíram.
Entre as novidades previstas para a nova carteira do Ifix estão três fundos de “papel”, que investem prioritariamente em títulos de renda fixa ligados ao setor imobiliário: o CRI Integral Brei (IBCR11), o Rio Bravo Crédito Imobiliário (RBHG11) e o More Recebíveis Imobiliários (MORC11).
Há ainda dois fundos de logística, dois de lajes corporativas e um híbrido. Confira a lista completa abaixo:
Ticker | Fundo | Segmento |
IBCR11 | CRI Integral Brei | Títulos e valores mobiliários |
LGCP11 | LOGCP Inter | Logística |
RBHG11 | Rio Bravo Crédito Imobiliário | Títulos e valores mobiliários |
RELG11 | REC Logística | Logística |
TEPP11 | Tellus Properties | Lajes corporativas |
[ativo=WHGR11] | WHG Real Estate | Híbrido |
[ativo=HOFC11] | Hedge Office Income | Lajes corporativas |
MORC11 | More Recebíveis Imobiliários | Títulos e valores mobiliários |
Fonte: B3
Esses fundos imobiliários entraram no lugar de outros quatro, que saem: o FIIB11, o SPTW11, o VIFI11 e o RVBI11.
De acordo com a terceira prévia, os FIIs mais representativos do Ifix devem ser dois da gestora Kinea: o KNIP11, com peso de 6,70%, e o KNCR11, com peso de 5,11%.
O CARE11, primeiro fundo de cemitérios, promete permanecer no índice, mas com a terceira menor participação, de apenas 0,09%.
A B3 divulga regularmente três prévias das novas composições dos índices: a primeira, no primeiro pregão do último mês de vigência da carteira em vigor; a segunda, no pregão seguinte ao dia 15 do último mês de vigência da carteira em vigor; e a terceira, no penúltimo pregão de vigência da carteira em vigor que ocorreu na última quarta-feira (28).
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FII do Santander reduz taxa de administração; Autonomy antecipa dividendos
Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:
Taxa de administração menor no SADI11
O fundo Santander Papéis Imobiliários CDI (SADI11) anunciou, na última sexta-feira (30), que decidiu renunciar a uma parte da taxa da administração – de forma temporária. Assim, entre os dias 1 de janeiro e 30 de junho, o fundo irá cobrar uma taxa de 0,80% ao ano, e não mais de 1% ao ano.
De olho nos dividendos do ativo=AIEC11]
O fundo Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) alertou, no fim da noite da última quinta-feira (29), que recebeu o aluguel antecipado da Dow Brasil Indústria de Produtos Químicos LTDA, que venceria em janeiro, agora no fim de dezembro.
A receita bruta desse aluguel equivale a aproximadamente R$ 0,58 por cota. Como o fundo deve realizar a distribuição de ao menos 95% dos lucros auferidos no semestre, apurados em base caixa, essa receita – que originalmente seria incluída na distribuição de rendimentos de janeiro de 2023 – deverá entrar no cálculo do pagamento relativo a dezembro de 2022.
Giro Imobiliário: mercado piora as projeções para a Selic deste ano e eleva inflação para 2023, 2024 e 2025
Relatório Focus
Economistas continuaram a aumentar a expectativa para a inflação de 2023, 2024 e 2025 e reduziram a projeção de queda dos juros neste ano, segundo estimativas divulgadas nesta segunda-feira (2) pelo Relatório Focus, do Banco Central.
As mais de 100 instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC também passaram a estimar um Produto Interno Bruto (PIB) levemente superior neste ano, mas inferior em 2025. Para o dólar, a perspectiva ficou estável nos 3 próximos anos.
A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 2023 (de 5,23% para 5,31%), 2024 (de 3,60% para 3,65%) e 2025 (de 3,20% para 3,25%).
Além da alta da inflação, o mercado passou a prever que a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) vai cair menos neste ano, dos atuais 13,75% para 12,25% (contra 12,00% na semana passada e 11,75% há 1 mês).