FIIs chegam a 2023 com histórico de alta de até 26% no ano passado – mas 39 ficaram no negativo; Ifix cai

1 year ago 190

Se fosse preciso apontar uma palavra para definir o ano de 2022, provavelmente a escolha de muitos investidores seria volatilidade. E mesmo em um ano de altos e baixos, os fundos imobiliários de “papel” foram os que mais se destacaram no Ifix, índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3.

A liderança dos ganhos ficou para o fundo Ourinvest JPP (OUJP11), que avançou 26,08% nos últimos 12 meses. Outros fundos de papel também renderam bons frutos, como o Riza Akin (RZAK11) e o Valora CRI (VGIR11), com retornos de 23,69% e de 16,23%, respectivamente.

O desempenho dos FIIs em 2022 – inclusive do destaque RZAK11 – ficou aquém do observado em 2021, quando as altas chegaram a 40%.

Os FIIs de “papel” costumam comprar títulos como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), espécie de pacote de receitas futuras das empresas do setor imobiliário – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos, por exemplo – vendido aos investidores. Em geral, o papel embute um rendimento prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou o IPCA.

Por essa característica, a rentabilidade dos FIIs de “papel” acompanhou a elevação dos preços e dos juros no País nos últimos anos, e os fundos chegaram a ostentar valorização de quase 30% em 12 meses. Com a chegada da deflação, o cenário mudou.

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Assim como os rendimentos dos CRIs comprados pelos FIIs de “papel” são reajustados para cima quando o indicador aponta avanço nos preços, também são revisados para baixo quando o contrário acontece. Foi o que ocorreu no segundo trimestre de 2022, machucando bastante os dividendos de algumas carteiras.

Diferentemente de boa parte dos fundos de “papel”, o Ourinvest JPP (OUJP11) – fundo mais rentável do ano – conseguiu driblar o período de deflação e manteve um patamar razoável no volume de dividendos, como sinaliza a página do fundo no InfoMoney:

Fonte: InfoMoney

Além de fundos de papel, FIIs do setor de shoppings e híbridos tiveram um bom desempenho no acumulado do ano. Confira as maiores altas de 2022 na tabela abaixo:

FIIs com maiores altas em 2022

Nome do fundoCódigoRetorno em 2022 (%)
Ouroinvest JPP(OUJP11)26,08
Riza Akin(RZAK11)23,69
Malls Brasil Plural(MALL11)17,22
TG Ativo Real (TGAR11)17,1
Valora CRI (VGIR11)16,23

Fonte: TC/Economatica

Por outro lado, fundos híbridos e de lajes comerciais registraram perdas fortes no ano passado, que chegaram até 48% no caso do XP Properties (XPPR11). O FII foi o que mais desvalorizou no ano passado entre os incluídos no Ifix. Confira as maiores quedas de 2022 na tabela abaixo:

FIIs com maiores quedas em 2022

Nome do fundoCódigoRetorno em 2022 (%)
XP Properties (XPPR11)-47,74
Rbr Properties (RBRP11)-29,26
Hospital Nossa Senhora de Lourdes (NSLU11)-25,25
Rec Renda Imobiliaria (RECT11)-19,07
Tordesilhas FII (TORD11)-14,98

Fonte: TC/Economatica

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Ifix hoje

Na primeira sessão do ano, o Ifix registrava queda de 0,25%, aos 2.860 pontos, por volta das 10h50 desta segunda-feira (2). Não há previsão de pagamento de dividendos por fundos imobiliários hoje.

Maiores altas desta segunda-feira (2):

TickerNomeSetorVariação (%)
XPPR11XP PROP CILajes comerciais2,16
KFOF11KINEA FIIFoF1,87
TRXF11TRX Real EstateHíbrido1,86
KNRI11Kinea Renda ImobiliariaHíbrido1,51
HSAF11Hsi AtivosRecebíveis1,45

Maiores baixas desta segunda-feira (2):

TickerNomeSetorVariação (%)
RBRP11RBR PropertiesHíbrido-4,9
SDIL11SDI Rio Bravo Renda LogísticaLogísticos-3,94
RZTR11Riza TerraxAgronegócio-3,72
RCRB11Rio Bravo Renda CorporativaLajes comerciais-3,21
VIUR11Vinci Imoveis UrbanosHíbrido-3,06

Carteira do Ifix que vigora entre janeiro e abril é divulgada; veja os FIIs que entram na lista

A nova composição do Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – mostra que o indicador será formado por 111 FIIs a partir de janeiro e seguirá a mesma até abril de 2023.

A composição é ligeiramente diferente da apresentada na primeira prévia do Ifix, divulgada no início de dezembro. Entraram oito fundos imobiliários, enquanto quatro saíram.

Entre as novidades previstas para a nova carteira do Ifix estão três fundos de “papel”, que investem prioritariamente em títulos de renda fixa ligados ao setor imobiliário: o CRI Integral Brei (IBCR11), o Rio Bravo Crédito Imobiliário (RBHG11) e o More Recebíveis Imobiliários (MORC11).

Há ainda dois fundos de logística, dois de lajes corporativas e um híbrido. Confira a lista completa abaixo:

TickerFundoSegmento
IBCR11CRI Integral BreiTítulos e valores mobiliários
LGCP11LOGCP InterLogística
RBHG11Rio Bravo Crédito ImobiliárioTítulos e valores mobiliários
RELG11REC LogísticaLogística
TEPP11Tellus PropertiesLajes corporativas
[ativo=WHGR11]WHG Real EstateHíbrido
[ativo=HOFC11]Hedge Office IncomeLajes corporativas
MORC11More Recebíveis ImobiliáriosTítulos e valores mobiliários

Fonte: B3

Esses fundos imobiliários entraram no lugar de outros quatro, que saem: o FIIB11, o SPTW11, o VIFI11 e o RVBI11.

De acordo com a terceira prévia, os FIIs mais representativos do Ifix devem ser dois da gestora Kinea: o KNIP11, com peso de 6,70%, e o KNCR11, com peso de 5,11%.

CARE11, primeiro fundo de cemitérios, promete permanecer no índice, mas com a terceira menor participação, de apenas 0,09%.

A B3 divulga regularmente três prévias das novas composições dos índices: a primeira, no primeiro pregão do último mês de vigência da carteira em vigor; a segunda, no pregão seguinte ao dia 15 do último mês de vigência da carteira em vigor; e a terceira, no penúltimo pregão de vigência da carteira em vigor que ocorreu na última quarta-feira (28).

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FII do Santander reduz taxa de administração; Autonomy antecipa dividendos

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

Taxa de administração menor no SADI11

O fundo Santander Papéis Imobiliários CDI (SADI11) anunciou, na última sexta-feira (30),  que decidiu renunciar a uma parte da taxa da administração – de forma temporária. Assim, entre os dias 1 de janeiro e 30 de junho, o fundo irá cobrar uma taxa de 0,80% ao ano, e não mais de 1% ao ano.

De olho nos dividendos do ativo=AIEC11]

O fundo Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) alertou, no fim da noite da última quinta-feira (29), que recebeu o aluguel antecipado da Dow Brasil Indústria de Produtos Químicos LTDA, que venceria em janeiro, agora no fim de dezembro.

A receita bruta desse aluguel equivale a aproximadamente R$ 0,58 por cota. Como o fundo deve realizar a distribuição de ao menos 95% dos lucros auferidos no semestre, apurados em base caixa, essa receita – que originalmente seria incluída na distribuição de rendimentos de janeiro de 2023 – deverá entrar no cálculo do pagamento relativo a dezembro de 2022.

Giro Imobiliário: mercado piora as projeções para a Selic deste ano e eleva inflação para 2023, 2024 e 2025

Relatório Focus

Economistas continuaram a aumentar a expectativa para a inflação de 2023, 2024 e 2025 e reduziram a projeção de queda dos juros neste ano, segundo estimativas divulgadas nesta segunda-feira (2) pelo Relatório Focus, do Banco Central.

As mais de 100 instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC também passaram a estimar um Produto Interno Bruto (PIB) levemente superior neste ano, mas inferior em 2025. Para o dólar, a perspectiva ficou estável nos 3 próximos anos.

A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 2023 (de 5,23% para 5,31%), 2024 (de 3,60% para 3,65%) e 2025 (de 3,20% para 3,25%).

Além da alta da inflação, o mercado passou a prever que a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) vai cair menos neste ano, dos atuais 13,75% para 12,25% (contra 12,00% na semana passada e 11,75% há 1 mês).

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