Ibovespa sobe 0,16% nesta sexta, com micro impedindo alta maior, e fica estável na semana; dólar cai a R$ 4,73

11 months ago 129

O Ibovespa fechou em leve alta de 0,16% nesta sexta-feira (29), aos 120.187 pontos, longe dos ganhos registrados nos Estados Unidos, em um dia marcado pelo peso negativo das ações da Vale (VALE3) na Bolsa brasileira.

Na semana, o benchmark brasileiro ficou praticamente estável, com menos 0,02%. Apesar do desempenho no período indicar calmaria a princípio, as últimas sessões foram movimentadas, marcadas por uma forte sequência de altas que levou o índice ao maior patamar desde agosto de 2021, fechando a 122.560 pontos na quarta; na quinta, por sua vez, o benchmark da Bolsa teve forte queda, de 2,10%, devolvendo boa parte dos ganhos dos três primeiros pregões da semana.

Já nesta sessão, os papéis ordinários da Vale caíram 3,91% após a companhia divulgar um resultado do segundo trimestre de 2023 considerado “misto“. Além disso, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 2,68%, a US$ 116,57, na esteira de preocupações com cortes na produção de aço na China.

“Em linhas gerais a queda mais relevante é da Vale por conta do minério à vista e no mercado futuro e por um resultado media,  nota 5”, fala João Abdouni, analista da Levante Corp, sobre o resultado da mineradora.

O especialista menciona que dividendos e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) vieram dentro do consenso, mas o lucro surpreendeu negativamente por conta de uma questão tributária.

“Foi um resultado misto, mas em geral com números abaixo do esperado. Apesar da prévia ter vindo boa, teve pressão de custos que jogaram os resultados para baixo”, fala Leonardo Piovesan, analista fundamentalista da Quantzed.

As ações preferenciais série A da Usiminas (USIM5), que também divulgou seu balanço na véspera, recuaram 5,34%.

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“Usiminas é uma das empresas que mais caem no Ibovespa hoje não só pela queda do minério, mas também após soltar um resultado abaixo do esperado com um aumento muito forte da alavancagem. Também teve uma postergação da entrega do Alto Forno III, que é um investimento relevante que a empresa está fazendo”, menciona Piovesan.

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Com o cenário micro, o Ibovespa acabou não acompanhando a performance das bolsas americanas. Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,50%, 0,99% e 1,90%.

“O PCE (índice de preços de gastos com consumo, na sigla em inglês) fez com que a bolsa americana ganhasse força. A economia americana está forte e há  perspectiva de juros menores por lá”, explica Anderson Meneses, CEO da Alkin Research.

O PCE em questão teve leitura de 0,2% em junho, dentro do consenso do mercado e estável frente a alta registrada em maio.

A inflação vindo dentro do consenso deu espaço para um recuo da curva de juros americana. Os treasuries yields para dez anos perderam 5,7 pontos-base, a 3,955%, e os para dois anos, cinco pontos, a 4,879%.

O dólar, com isso, perdeu força mundialmente. O DXY, que mede a força da divisa americana frente a outras de países desenvolvidos recuou 0,15%. Frente ao real a queda foi de 0,59% nesta sexta, a R$ 4,730 na compra e a R$ 4,731 na venda, e de 1% na semana.

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“A gente teve algum receio com o PCE  mas principalmente pelo que o Banco Central japonês poderia fazer. No fim, de fato, a gente teve uma postura um pouco mais dura, com a flexibilização do controle de rendimento de título”, comenta Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. “A publicação do PCE, que veio levemente abaixo das expectativas, acabou, porém, alimentando a visão de que o Banco Central americano pode não subir os juros mais este ano, ou seja, os juros ficarão pausados nas próximas decisões”.

Com o cenário de fim do ciclo de alta de juros  nos Estados Unidos ganhando força, a Nasdaq se destacou. No Brasil, algumas das principais altas do Ibovespa também ficaram para companhias de tecnologia, crescimento ou ligadas ao mercado interno. As ações ordinárias da Méliuz (CASH3), da Yduqs (YDUQ3) e da Cogna (COGN3) ficaram entre os destaques, também já de olho na reunião do Copom da semana que vem.

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